segunda-feira, 7 de março de 2016

BIKE - Caminho da fé


          Nunca um passaporte meu foi tão carimbado... e tão suado!

         
        Foi do nada: vamos fazer o caminho da fé neste carnaval? - Falei pro meu pai que to  pou na mesma hora. Isto foi uma semana antes...

          Planejamento foi o de menos, pois já estava com isto na manga fazia alguns anos e como meu pai já tinha feito foi simples ajustar as distâncias para que fizéssemos sem correria e pudéssemos aproveitar este tempo juntos e curtindo o que gostamos de fazer: pedalar.

          Fomos separados até Águas da Prata. Ele foi na quarta (antes do carnaval) de manhã e eu fui à noite. Queria chegar antes pra descansar e sair mais tranquilo. Eu tive alguns contra-tempos e acabei chegando lá umas 23hs. A pousada do Peregrino estava bem cheia mas é bem confortável. O calor estava forte mas dormimos bem. Levantamos 5:30, o que viraria uma rotina nestes dias de passeio pra aproveitar bem o tempo antes do Sol começar a torrar o lombo, e umas 6:30 estávamos começando o Caminho.

DIA 1:
Águas da Prata até a Serra dos Limas
Distância: 45,76 km
Tempo em movimento: 5:43 hs
Subidas acumuladas: 1547 m
Descidas acumuladas: 1238 m
Calorias: 2427 Kcal
Link do Percurso: PARTE 1, PARTE 2


          Logo de saída já se tem uma ideia do que iríamos enfrentar: A subida do Pico do Gavião saindo de 900 metros em Águas da Prata e subindo até 1400. E isto se mostrou apenas um aperitivo, pois a maioria das cidades está nos vales em torno de 900 metros de altitude e as montanhas  que cruzamos em torno dos 1400 metros.

          Acho que São Pedro gosta de nós, pois foi uma constante no caminho a gente sempre fugindo da chuva ou pegando-a pelas bordas onde não era necessário nem colocar a capa de chuva. Uma única exceção foi chegando em Estiva, onde não pegamos a chuva, mas o resto dela e como o chão estava bem molhado e os últimos pingos ainda caíam do céu resolvemos colocar as capas.

          Chegamos em Andradas por volta do meio dia. Comemos uns salgados numa padaria e carimbamos o passaporte no Hotel Palace. Na saída da cidade paramos num posto de gasolina pra encher as garrafas com água bem gelada num bebedor. Indicação de um rapaz dono de uma bicicletaria em frente ao mercado onde tínhamos parado para comprar água. Valeu a dica! O pessoal é muito simpático em bem receptivo com os peregrinos. E isto é muito bom e dá forças para a jornada.

          Subimos Serra dos Limas, curta mas muito inclinada, e paramos na pousada da Dona Natalina. Um amor de pessoa! Estávamos carimbando o passaporte e tomando uma cerveja pra descansar um pouco, pois ainda eram 16hs e iríamos uns 6km adiante até o vilarejo da Barra. Mas uns 10 minutos que estávamos lá começou a chover e decidimos pousar lá mesmo. Como chegamos de surpresa, não havia nada para comer naquele momento. Dona Natalina nos disse que a única coisa que ela poderia fazer era um pão com ovo e teríamos de esperar até umas 19hs para a janta. Naquele momento, naquela situação, aquele pão velho com ovo de galinha caipira com a gema nem mole nem dura foi algo tão sensacional que pra mim foi a comida mais marcante em toda a viagem! Botou no chinelo todas as hamburguerias mais finas de SP :)

          Depois da janta capotamos e acordamos bem dispostos pro dia seguinte.



Casa do Peregrino em Águas da Prata




Início da jornada
Primeira placa que consegui fotografar
a segunda maior subida de todo o percurso






Cachoeira da Pedra no meio do pico do Gavião


Plantação de café na descida para Andradas

Andradas - MG
Carimbando o passaporte no Palace Hotel
Várias placas de indicação para dormir
Bica dágua no inicio da Serra dos Limas
Andradas ao fundo



Pousada da Dona Natalina



Depois da chuva uma linda Lua


DIA 2:
Serra dos Limas até Borda da Mata
Distância: 57,35 km
Tempo em movimento: 6:32 hs
Subidas acumuladas: 1485 m
Descidas acumuladas: 1800 m
Calorias: 2597 Kcal
Link do Percurso: BIKEMAP

          Acordamos bem e após um delicioso café pegamos a estrada com sentido o vilarejo da Barra. Uma descida muito forte e com algumas valas que precisa cuidado, principalmente por ter chovido na noite anterior. Logo no início da descida fomos presenteados com um gavião fazendo pose pra foto. 

          Paramos na pousada do João para carimbar e ouvir as histórias da enchente de janeiro que quase destruiu a vila. Saindo já se pega uma subida curta mas bem íngreme que é conhecida por Subida do Sabonete. Muito barro e lisa em alguns pontos até o topo onde há uma pequena cachoeira. Depois desta subida o caminho fica bem tranquilo até Borda da Mata, onde iríamos dormir, sem nenhuma montanha pra cruzar. Tanto que este foi o único dia onde as decidas superaram as subidas.

          Seguimos adiante até Crisólia, onde carimbamos no Bar da Dona Zetti. Muito simpática também. Ela já estava preparando o almoço mas pedimos apenas uma porção de torresmo e uma cerveja. Enchemos as garrafas e seguimos adiante.

          A próxima cidade é Ouro Fino, parada obrigatória para tirar uma foto com o Menino da Porteira, bem na entrada da cidade. Carimbamos na Pousada do Peregrino e paramos numa padaria atrás da Igreja Matriz para comer um lanche.

          Seguimos por uma estrada com subidas bem leves e uma paisagem bem agradável até Inconfidentes, onde paramos no Bar do Maurão para carimbar. Uma curiosidade: dentro do bar havia um bebedor para beija-flor e o bicho entrava sem problema nenhum para beber água. Realmente muito bonito! A cidade é polo de confecção de crochê e todas as árvores no avenida principal estão "vestidas" cada uma de uma cor.

          Nossa próxima parada já era nosso destino daquele dia: Borda da Mata. Uns 10km antes há uma cachoeira na beira da estrada com uma piscina natural onde se pode entrar pra refrescar o calor. Não é muito bonita, mas vale a parada pra um descanso. Ficamos no Hotel Village, bem no centro da cidade. Bem simples, mas arrumado. No fundo da garage há uma oficina onde pode-se lavar e fazer uma manutenção nas bikes, caso necessário. Comemos um lanche numa padaria próxima e fomos dormir, pois este dia foi o mais longo e estávamos um pouco cansados.



Amanhecendo na Serra dos Limas
Gavião fazendo pose




Subida do Sabonete, saindo do vilarejo da Barra



Vista no final da Subida do Sabonete



Bar da Zetti em Crisólia

Portal de Ouro Fino


Igreja Matriz de Ouro Fino

Bar do Maurão em Inconfidentes
Essas não passam frio


Igreja Matriz de Inconfidentes
Portal saindo de Inconfidentes






Refresco merecido depois de tanto calor
Hotel Village em Borda da Mata

Oficina ao fundo onde é possível lavar e fazer manutenção nas bikes

DIA 3:
Borda da Mata até Estiva
Distância: 37,99 km
Tempo em movimento: 5:35 hs
Subidas acumuladas: 1701 m
Descidas acumuladas: 1668 m
Calorias: 2402 Kcal
Link do Percurso: BIKEMAP

          Um dos dias mais curtos em quilometragem, mas um dos mais difíceis de todo o percurso. Foram duas montanhas difíceis de vencer. Longas ou curtas e bem inclinadas pesaram bastante, tanto que chegamos quase anoitecendo em Estiva.

          Após o café e os alforges arrumados saímos da cidade já encarando uma longa subida. Em alguns pontos a inclinação ficava bem íngreme quase impedindo de pedalarmos. Se estivesse molhado ou chovendo até carros 4x4 teriam dificuldades.

          No meio da última subida para chegar em Tocos do Mogi nos surpreendemos com um sitio aparentemente abandonado, mas com uma placa: "sejam bem vindos peregrinos". Ouvimos barulho de água e resolvemos entrar para verificar. Realmente havia uma bica com água bem fresca e quando dei uma volta pelo sítio me surpreendi com um banheiro aberto, bem limpo e com papel higiênico para algum peregrino que precisasse. Realmente uma demonstração de carinho dos donos pelos peregrinos. Procurei alguma placa ou livro onde pudesse escrever algumas palavras de gratidão mas infelizmente não havia nada. 

          Depois de uma descida bem forte chegamos à cidade de Tocos do Mogi. Bem pequena onde fomos na Pousada do Peregrino carimbar e depois paramos numa padaria para comer algo. Neste instante percebemos que o pneu traseiro do meu pais estava murcho. Perguntamos por uma bicicletaria e nos disseram que não havia nenhuma na cidade! Fomos estão à um posto de gasolina e fizemos a troca da câmara e seguimos viajem.

          Saindo de Tocos vem a segunda subida do dia. E realmente é uma bela subida. Longa e no final com uma inclinação bem forte. Ao terminarmos a subida, olhamos para todos os lados e acho que somente onde estávamos não estava chovendo! Seguimos mais um pouco e finalmente a chuva nos pegou. Paramos em um ponto de ônibus e depois de uns 15 minutos a chuva acabou e seguimos viagem.

          Paramos no Vilarejo de Santo Antônio em uma padaria pra tomar um café quente e conversamos com o pessoal que estava la. Incrível foi o depoimento do dono da padaria que disse que amava onde vivia e que achava com toda sua simplicidade que aquele era o lugar mais bonito do mundo. Depois da vila ainda se sobe um pouco antes de uma forte descida e finalmente se chega a Serra Calçada, última subida antes de Estiva.

          Nesta subida fizemos amizade com um pessoal e fomos conversando, o que fez o trecho passar mais rápido. Depois disso uma grande descida e se chega em Estiva. Ao chegarmos na cidade uma grande surpresa: A pousada do Poka fica em cima de uma padaria e o pessoal que fizemos amizade estava nas mesinhas na calçada tomando uma cerveja e quando nos viram fizeram uma grande festa e já nos deram um copo pra cada. Foi uma recepção tão calorosa que até esquecemos a sofrência do dia e do friozinho que estava fazendo por conta da chuva que tinha acabado de cair.

          Depois de um bom banho quente e um lanchão na padoca, meu pai subiu e eu ainda fiquei um pouco nas mesinhas batendo um papo com o pessoal antes de subir e descansar para o dia seguinte.




Igreja Matriz de Borda da Mata




Lindo Jardim
Primeira montanha do dia pela frente...
... e tome subida!

Mas a vista sempre compensa...


Em vários locais há água potável
Sítio encantador...
... com uma fonte de água fresquinha...
...e um banheiro limpinho até com papel higiênico!



Pousada do Peregrino em Tocos do Mogi.
Não se iluda: O wi-fi nunca funcionou nestas cidades.
Igreja matriz em Tocos do Mogi
Saindo da cidade uma grande subida!
E a chuva nos perseguindo!

E tome glicose!

Descendo até o vale e no fundo a última montanha do dia: Serra Calçada.

Fazendo amizades subindo a Serra Calçada.
Empacotados pra chuva!

Finalmente o descanso do dia!


DIA 4:
Estiva até Luminosa
Distância: 64,74 km
Tempo em movimento: 7:55 hs
Subidas acumuladas: 2114 m
Descidas acumuladas: 2111 m
Calorias: 3461 Kcal
Link do Percurso: PARTE 1, PARTE 2


          Este foi o dia mais longo até então, tanto em distância quanto em tempo. Saímos as 6:30 da manhã e chegamos em Luminosa às 9hs da noite. Mas os planos não eram esses. Iríamos parar em Paraisópolis, mas quando chegamos no hotel ele era bem na praça da Igreja matriz e havia um palco enorme para o carnaval. Como ainda eram 14hs , resolvemos seguir em frente até Luminosa.


          Saímos com neblina que se manteve até terminarmos a primeira montanha do dia. Um clima bem fresco e agradável mas já mostrando que o dia seria bem quente. Após cruzarmos a Rodovia Fernão Dias já começa uma grande subida e com alguns lugares onde a inclinação fica tão forte que há até calçamento. No topo tivemos umas das vistas mais bonitas de toda a viajem, observando todo o vale onde corre a rodovia completamente coberto de nuvens. 

          Neste trajeto encontramos várias pessoas que conhecemos no dia anterior e novamente foi agradável subir a montanha batendo papo. Depois há um trecho plano até a descida pra Consolação. Incrivelmente uma das poucas cidades de Minas que não está no vale. Carimbamos o passaporte no bar da Dona Elza, bem ao lado da Igreja Matriz e pela primeira vez chegamos em um lugar que não fomos bem tratados. Já tínhamos ouvido falar dessa Senhora, mas como é um dos pontos de carimbo precisávamos passar.

          Estava com problema de excesso de barro na corrente da minha bike e pedi para a moça que nos atendeu se eu poderia lavar minha bike. Ela foi muito simpática e mostrou o lugar, mas a Dona Elza, sem ao menos vir nos cumprimentar gritou lá do fundo pra não fazer sujeira no quintal dela. Realmente decepcionante diante da proposta do bom atendimento de todos os lugares do Caminho da fé. Tanto que apenas lavei a bike e saímos para um bar do outro lado da rua onde fomos bem tratados e comemos um pastel frito na hora delicioso!

          Ao sair da cidade se anda alguns quilômetros de descida no asfalto. Depois o caminho fica boa parte plano por estradas de terra muito bonitas até a última montanha antes de Paraisópolis. E esta umas das mais cansativas e longas.

          Chegamos em Paraisópolis as 14hs e diante da situação resolvemos continuar até Luminosa. Comemos uns salgados e um açaí e tocamos em frente. Este dia o Sol estava castigando de verdade. Seguimos mais uns 10 quilômetros até a próxima montanha e foram mais 10 quilômetros de subida pra chegar no bairro do Cantagalo . Levamos 5hs neste trecho, mostrando toda a dificuldade e também que já estávamos bem cansados. No bairro do Cantagalo paramos na pousada Vó Maria para carimbar e bater papo com o dono muito simpático. Tiramos até uma foto com a estátua de Nsa Sra Aparecida que ele tinha num altar. Dali pra frente apenas mais um pouco de subida e uma grande descida até o Bairro da Luminosa onde chegamos já com as lanternas acessas.

          Queríamos ficar na Dona Inês, 4 km apos Luminosa, mas já estava noite, cansados e seriam mais 4 km de subida até lá. Ficamos então na pousada Nsa Sra das Candeias da Dona Ditinha. Nos atendeu muito bem, os quartos eram bem simples e aconchegantes e comida pronta, mas a limpeza da cozinha deixou a desejar. Algo que os diretores do Caminho da fé precisam ficar de olho.

Rodovia Fernão Dias saindo de Estiva

Subindo a Serra do Caçador



Umas das vistas mais bonitas do passeio

Metade do caminho na descida para Consolação

Igreja Matriz de Consolação


Inicio da montanha para chegar em Paraisópolis


Chegando em Paraisópolis com a Pedra do Baú ao fundo
Igreja Matriz de Paraisópolis
Hotel de frente para a Praça



Início da subida do Cantagalo





Hospedaria Vó Maria



DIA 5:
Luminosa até Campos do Jordão
Distância: 34,20 km
Tempo em movimento: 5:52 hs
Subidas acumuladas: 1870 m
Descidas acumuladas: 1163 m
Calorias: 2507 Kcal
Link do Percurso: BIKEMAP

          Dia mais curto em quilometragem, mas subir mais de 1800 metros em 30km não foi nada fácil. Mais uma vez saímos com uma forte neblina e quando chegamos na pousada da Dona Inês mais uma vista espetacular do vale coberto pelas nuvens. A subida pra Campos é realmente o limite pra testar sua fé. Depois de 4 dias subindo e descendo montanhas encarar um paredão deste faz você olhar pra cima e pedir ajuda divina.

          São 8km de subida que intercala pedaços leves onde se pode pedalar com outros que até 4x4 sofre. Depois disto a subida continua mas intercalando com algumas descidas pequenas até o asfalto que liga Campos com São Bento do Sapucaí. Ainda no asfalto se sobe mais um pouco chegando a mais de 1800 metros de altitude e depois despenca até os 1400 quando se chega no bairro Campista.

          Neste ponto paramos na pousada da Dona Rose para carimbar e daí pra frente se pega novamente uma estrada de terra até Campos. Este trecho de Campista até Campos foi o mais sem graça de todo o caminho. As paisagens não são bonitas, além de ser uma subida constante e passando por bairros com condomínios.

          Chegamos em Campos 18hs levando praticamente 12hs para cumprir um trecho de pouco mais de 30km. Por solte conseguimos uma vaga na Pousada do Peregrino, pois eles estavam lotados devido o feriado de carnaval e muitos peregrinos haviam reservado. Neste local o tratamento foi VIP pelos donos, Edson e Marilda, uma vez que lembraram do meu pai quando ele fez o caminho em junho passado!

Saindo de Luminosa
Pousada da Dona Inês

Primeira vista do vale ainda encoberto






Agora já sem neblina. ESPETACULAR!

Final da subida de 8km

Descendo pelo asfalto até a Vila de Campista
Altitude máxima registrada

Pousada do Peregrino em Campos
Clara fazendo pose


DIA 6:
Campos do Jordão até Aparecida do Norte
Distância: 76,71 km
Tempo em movimento: 4:52 hs
Subidas acumuladas: 687 m
Descidas acumuladas: 1747 m
Calorias: 2525 Kcal
Link do Percurso: BIKEMAP

          OK! Depois de tanta sofrência a gente bem que merecia a descida da serra de Campos. Dos 76km até a Basílica, 25 são morro abaixo e pelo asfalto. Muito merecido! Mas como peregrino não tem moleza, os outros 50km foram debaixo de um Sol pra cada um. O Vale do Paraíba estava parecendo um forno. E alguns trechos ainda são de asfalto pra piorar mais ainda o calor.

          Estes trechos de asfalto não refletem nem um pouco o Caminho, pois são tensos sem acostamento e com um bom movimento de carros. Paramos em dois lugares para carimbar o passaporte e seguimos sempre em frente descansando em algumas sombras que encontrávamos pelo caminho.

          No trecho já chegando em Potim passamos pela periferia da cidade e pela primeira vez em todo o Caminho ficamos com medo de assalto, infelizmente. Mas é o único modo de se chegar a Basílica por este caminho. Ao atravessar a cidade se cruza o Rio Paraíba, e neste momento pela primeira vez se tem uma visão completa da Igreja. Uma sensação indescritível toma conta de você fazendo esquecer tudo de ruim que passou pela viagem e ao mesmo tempo dá uma angústia por estar no fim.

          Assim que chegamos fomos direto pegar nossos certificados de peregrinos e para o hotel descansar da jornada. No dia seguinte acordamos cedo para assistir uma missa, demos uma volta pela Basílica e fomos para a rodoviária pegar o ônibus pra casa com o sentimento de missão cumprida!

Nada melhor pra começar o dia

Portal de Campos
Vista do mirante na serra





"Roubada" é mais gostosa

Ô vontade!




olhos coloridos!
2 km!!!



Meu companheiro de aventuras!
Voltando pra casa com gostinho de quero mais...

Vídeo completo do passeio:



...

Caramba! Já estou em casa!



Aquela aventura que parecia interminável e aquelas montanhas intransponíveis ficaram pra trás. O Caminho da fé é algo realmente pra testar seus limites.



Independente de seu condicionamento físico uma hora você acaba olhando pro céu e pedindo ajuda, seja para o físico ou para o psicológico, pois este último acho que acaba sofrendo mais.


E depois de 318km de montanhas e pura sofrência entre Águas da Prata e Aparecida, quando você cruza o Rio Paraiba e dá de cara com a Basílica de Aparecida o frio na espinha faz brotar lágrimas nos olhos! Sensação que só um peregrino consegue entender. 

Neste instante todos os momentos ruins são apagados e as lembranças que ficam são as melhores de toda a viagem, como destas fotos. Geralmente depois de uma subida monstro a vista compensava todo o esforço e parecia nos fazer ficar um pouco mais próximos daquilo que acreditamos. Independente do que acreditamos. 

Tive a honra de fazer o Caminho com meu pai com quase 70 anos e acho que isto foi um bônus a mais. Conhecemos pessoas maravilhosas pelo caminho. Sejam os donos das pousadas ou mesmo os peregrinos que encontramos pela estrada. Todos com o mesmo propósito simples de ser feliz, em cima de uma bike ou à pé. 

Uma experiência única que posso dizer com a boca cheia: vivi um pouquinho mais! 

João Veloso 


Um comentário:

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