quinta-feira, 2 de novembro de 2017

BIKE - Ciclo viagem CAMINHO DE APARECIDA

          Impossível não comparar com o Caminho da Fé... mas impossível também não fazer!


          Dois caminhos que levam ao mesmo lugar: A Casa da Mãe Aparecida. Com propostas bem parecidas, mas com maturidades bem diferentes.

          Fiz o Caminho da Fé em Março de 2016 com meu pai na semana do carnaval. Por ser um caminho com altimetria bem elevada, reservei a semana inteira e acabamos fazendo em seis dias e meio. No caminho de Aparecida, pela altimetria ser bem mais suave aproveitamos o feriado de finados e fizemos em três dias e meio. Não que tenha sido bem mais fácil, mas que desta vez estava com meu brother Cezar e ai o pedal foi mais bruto. As distâncias são parecidas (320km do Caminho da Fé e 290km no Caminho de Aparecida)

          A diferença principal que se sente entre os caminhos é justamente a maturidade dos mesmos. O Caminho da Fé tem mais de 14 anos e já se consolidou como uma rota de peregrinação e todas as pessoas que você encontra pelo caminho sabem que você está peregrinando. Já no caminho de Aparecida, por terem sido poucas pessoas que já o fizeram (meu passaporte era número 2300) e por ter sido criado há aproximadamente seis anos, fica claro a falta de estrutura e instrução das pessoas como receber o peregrino.

          Saímos de SP pela rodoviária do Tietê no ônibus das 8hs com previsão de chegada em Alfenas as 13:30h. Já havia marcado com o Edson de nos encontrarmos no portal do caminho para pegarmos as credenciais. E aí acho que surge o primeiro problema: é totalmente fora de mão o local do Portal. Saindo da rodoviária, acabamos rodando uns 10km a mais e gastando 1 hora para ir até o Portal e depois voltar até o centro da cidade e iniciarmos o caminho. Acho que se o ponto de partida fosse a Igreja matriz no centro da cidade seria bem melhor.

          Seguimos em frente e como iniciamos o pedal por volta das 15hs, nossa previsão era chegarmos em Guaipava e neste dia rodamos somente 56 kms. Chegamos na pousada e aí começamos a ver como as pessoas não estão preparadas para receber os peregrinos. Não estou falando da hospitalidade, pois isto o mineiro tem de sobra, mas quanto ao local: Uma tremenda bagunça! O quarto onde ficamos nem cama tinha, apenas uns colchões jogados no chão e o banheiro nem tampa no vaso tinha. A Janta foi improvisada junto com um churrasco que os donos da casa estavam fazendo e, apesar da reserva que tínhamos feito, no café da manhã nem pão tinha. Ela acabou fazendo um ovo mexido com farinha e um pão doce de alguns dias atrás.

          No dia seguinte tínhamos de ganhar alguns kms para conseguirmos fazer em 4 dias, então puxamos 100km até Santa Rita do Sapucaí. Caminho agradável e sem muitas montanhas até Careaçu, onde já se percebe uma mudança na paisagens com montanhas mais elevadas típicas do Sul de Minas. Almoçamos num posto na beira da Fernão Dias e seguimos. Ao chegar em Santa Rita ligamos para a pousada do peregrino e a pessoa que atendeu disse que a pousada era afastada do centro e tínhamos de chegar logo senão não conseguiríamos jantar. Decidimos então ficar num hotel no centro, também cadastrado pelo caminho (Hotel Real Palace), e fomos muito bem atendidos. Principalmente nossas bikes, que foram guardadas numa despensa dentro do hotel com toda segurança. E tivemos o melhor café da manhã da viagem!

          Como puxamos bastante no segundo dia, o terceiro foi mais tranquilo rodando menos até Wenceslau Brás. Trecho também sem montanhas para cruzar. Apenas uma longa e suave subida após Itajubá para chegar em Wenceslau. Ficamos na pousada Castelinho que eu já conhecia da Rota Freio Galvão. Local muito agradável! Foi dia de descanso para a última e mais difícil etapa!

          Saímos cedo com destino ao bairro do Charco, uma subida constante de 15km. Dalí em diante segue-se por uma trilha chamada de Trilha dos Carneiros. Uns 90% totalmente pedalável mas algumas subidas eram impossíveis com inclinações absurdas. Sem dúvida a parte mais difícil de todo o caminho!  Chega-se na parte mais alta da Serra do Mar a quase 2000 metros de altitude. Infelizmente neste ponto estava chovendo e não conseguimos ter uma boa vista do vale.

          A decida por Pedrinhas é muito cansativa! Os braços cansam muito pois uns 70% da serra é de terra e com muitas pedras soltas. De tanta pancada acabei tendo um pneu furado no meio da Serra. A partir do Bairro do Gomeral, inicia-se o asfalto e dali até Aparecida é muito tranquilo.

          Diferentemente do Caminho da Fé, que foi criado para peregrinos à pé, o Caminho de Aparecida já nasceu para as bikes. É bem mais tranquilo em termos de altimetria seguindo sempre pelos vales desviando das montanhas. É um tobogã o caminho inteiro, mas bem mais fácil. Com o passar do tempo acredito que também se tornará uma rota mais conhecida e as pessoas que recebem os peregrinos também se adaptarão como aconteceu com o CF.

          Valeu bastante ter conhecido mais esta opção de caminho para a Casa da Mãe Aparecida!









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