Este blog começou com a ideia de eu contar um pouco sobre os belos lugares por onde minha moto me levava... com o tempo comecei a fazer também passeios de bicicleta. Então veio o camping e as caminhadas. Sempre que posso estar em meio a natureza não penso duas vezes !
terça-feira, 21 de maio de 2024
CAMPING - São José do Barreiro e Visconde de Mauá
Depois de mais de um ano e meio sem acampar, voltamos pra estrada... E com casa nova.
Mirante da Revolução Constitucionalista - Rodovia dos Tropeiros - Areias/SP
Havíamos feito um roteiro onde íamos um pouco mais longe até o Parque de Conceição do Ibitipoca, mas acabou não dando certo por problemas que causaram um atraso na saída. Então escolhemos campings que não conhecíamos porém mais perto de casa.
Um deles que já estava na minha lista há um bom tempo era o Camping Dona Esmeralda em São José do Barreiro - SP. Tinha achado ele no Macamp e quando estávamos acampando em São Luiz do Paraitinga no Rancho do Mato um grupo de amigos que fizemos lá também nos recomendou.
Saímos umas 10hs e programamos almoçar na Basílica de Aparecida. É um lugar que gostamos muito e sempre que possível passamos por lá. Seguimos viagem e chegamos no Dona Esmeralda, por volta das 15hs, com bastante Sol ainda pra montar a barraca. E por ser a primeira vez apanhamos bastante. A expectativa era tão grande quanto a barraca (cabe meu carro dentro dela! hahaha).
O camping realmente é muito bonito. Muitas áreas planas e com bastante árvores nos locais pra montar as barracas. A jardinagem estava bem feita em toda a fazenda. Os banheiros estavam limpos mas muito antigos, com algumas portas podres precisando uma reforma. A parte do restaurante não utilizamos, mas estava bem arrumada também.
O camping tem uma espécie de barragem que forma um lago com uma "praia" cimentada em volta pra tomar Sol. Muito agradável. Há também uma trilha de 1 km morro acima que leva à Cachoira da Usina. Vale a pena o exercício.
Os pontos negativos ficam por conta da cobrança antecipada pra fazer reserva. Até concordo com este tipo de atitude em épocas como Carnaval e Ano Novo, mas numa terça feira do mês de maio - completa baixa temporada - não se justifica. Se o tempo vira ou surge qualquer outro problema e você não pagou reserva, tem a opção de ir pra outro lugar ou mesmo pra um hotel. Outra coisa que não gostamos é que eles têm piscina aquecida que só abre no fim de semana. Quando estamos procurando um local pra ir observamos todas as comodidades que o local oferece e aí voce vai e descobre que nem tudo funciona. Acho isto um pouco frustrante. Eles avisaram antes de eu pagar, mas quando voce está lá e vê que não pode usar se decepciona um pouco com o lugar.
Parada tradicional na Basílica de Aparecida - SP
Estreando a casa nova no Camping Dona Esmeralda
Desfile no café da manhã
Pegamos muito frio esta noite.
Piscina natural dentro do camping
Água potável
Caminhada para a Cachoeira da Usina
Cachoeira da Usina
Barragem dentro do camping
Estreando vários "equipamentos" da cozinha
Acampamos dois dias lá e o próximo destino seria subir a serra de Visconde de Mauá e ir para um camping em Maringá - RJ. Antes demos uma parada na charmosa Penedo - RJ pra comprar uns chocolates e o sensacional Patê de Truta.
Penedo / RJ
Molhando as palavras
Penedo - RJ
Quando fomos pra Mauá - nome mais conhecido o vilarejo que se chama Visconde de Mauá e é formado por mais alguns vilarejos como Maringá e Maromba - há 28 anos atrás, a estrada a partir de penedo era de terra com uma subida de serra bem ingrime. O vilarejo era conhecido como local de hippies que não queriam saber da "vida moderna" e iam pra lá viver de artesanato e fumar maconha. Claro que esta "tradição" permanece, mas de uns doze anos pra cá, quando o asfalto chegou, a vila se desenvolveu bastante com um comércio vibrante de bares, restaurantes, hoteis e lojas de souvenirs. Infelizmente não se pode falar o mesmo dos campings.
Nitidamente os poucos que existem são feitos para jovens, com barracas pequenas que não se importam muito com a "qualidade" do camping. Depois de muita pesquisa optamos pelo Camping Barragens que parecia ser o melhor deles. Quando chegamos lá, realmente o camping é lindíssimo, e é só isso que a gente pode dizer de bom. Os platôs são inclinados (para uma barraca pequena tipo Iglu vai bem, mas para uma barraca grande foi difícil achar um local um pouco mais plano), poucos pontos com tomada e banho quente somente da 16 as 22hs. A cozinha tem uma geladeira que precisa de uma corda pra manter a porta fechada e o fogão fiquei com medo de pegar tétano de tanta ferrugem. O banheiro é um desrespeito com o campista. Nestes mais de dez anos que acampamos foi algo que nunca tínhamos visto. Muito mal feito com telhas brasilit e madeira, cheios de buraco por onde entrava um vento gelado. Portas podres caindo aos pedaços, vaso e chuveiros juntos sem separação de área seca/molhada para banho. Apenas 2 pregos na parede pra pendurar as roupas. Muitas teias de aranha e os canos aparentes com uma poeira que deve ser da época que Dom Pedro acampou lá.
Como se tudo isso não fosse suficiente, o dono é uma pessoa arrogante, prepotente e muito mal educado. Já havia lido relatos sobre este comportamento dele mas eu pensei: "isto é com os jovens que vão lá pra ligar som alto e usar drogas. Ele vai respeitar meus cabelos brancos". Quando estávamos terminando de montar a barraca ele apareceu lá pra perguntar se eu tinha lido o regulamento e concordado, pois ali era a casa dele e ele quem mandava lá. Isso foi apenas o início da pouca conversa que tivemos. Se ainda não tivéssemos montado a barraca teria ido embora com certeza.
O local pra acampar é lindo e infelizmente é só.
Os pinheiros do sítio foram plantados 50 anos atrás
Café da manhã com ovos e bacon
Desrespeito com o campista
Perrengues à parte, no dia seguinte saímos pra visitar a vila e as cachoeiras. Em uma segunda feira de agosto de 1996 eu e a dona patroa, que na época era namorada, pegamos o Fusca que eu tinha e viemos conhecer esta região. Eu havia calculado mal o trajeto que na época, por ser de terra, demorava umas 3 horas pra subir a serra a partir de Penedo. Chegamos quase anoitecendo e como não deu pra ver nada, pegamos um hotel e no dia seguinte saímos pra conhecer as cachoeiras.
E la vamos nós 28 anos depois pra "rever" a vila e as cachoeiras. Este bar na foto abaixo está exatamente igual e foi o ponto onde paramos assim que chegamos pra tomar a decisão de ficar ou voltar. Na frente desta casa branca onde hoje é uma agencia dos correios e delegacia havia um "orelhão" que usamos pra ligar para nossos pais e avisar. Eu tinha um PT500 da Motorola na época, mas nem em sonho havia sinal de celular por ali.
O asfalto chega em Visconde, vai até a vila de Maringá e depois é terra até Maromba, mas bom o caminho. O progresso chegou junto com o asfalto e até o 4G, mas ainda mantém o charme da "vila na montanha". Só não me lembro de ter pago R$20 pra estacionar naquela época na cachoeira mais famosa de lá: a pedra do escorrega. :-)
mesmo bar 28 anos depois...
Cachoeira Véu da Noiva - Maraomba / RJ
Cachoeira do Escorrega - Maromba / RJ
Este bar também não existia na cachoeira do escorrega. Hoje há várias opções.
Em terra de maconheiro tínhamos que experimentar o chopp tradicional com maconha... dizem que depois de umas 15 canecas costuma dar amnésia... mas não me lembro!
Maromba / RJ
Acampar é algo que, pelo menos pra mim, traz um momento de paz e tranquilidade. Tipo aquela história de "recarregar as baterias" para continuar no dia a dia de forma que esteja valendo a pena estar por aqui. Todo o "trabalho" que tenho para descer do apartamento com as coisas e ajeitar no carro, depois montar, desmontar e manter tudo organizado na barraca são momentos de prazer e não tarefas chatas. O que quero ao sair da cidade grande é justamente encontrar um pouco de humanidade nas pessoas. Ser tratado com respeito.
Espero que tenha sido a escolha dos campings desta vez, e não uma tendência de tratar o campista como somos tratados aqui na metrópole: com frieza, desconfiança. Cobrar antecipado pra fazer "reserva" na baixa temporada, não liberar equipamentos, limitar horário de água quente, disponibilizar um banheiro vergonhoso, ser rude com o campista. Nestes dez anos acampando nunca passamos por situações como estas.
E outra coisa que reparamos são regras. Muitas regras! Não pode isso, não pode aquilo. Cada postinho com as placas indicando os locais do camping têm sempre algum "proibido" no meio. Diante do nível de educação atual do brasileiro até entendo a necessidade de algumas regras pra manter a ordem, mas tá ficando chato isso. Os campings que geralmente escolhemos são "caros" e não têm atração pra jovens bagunceiros. São voltados pra famílias. Ficar mandando regras no ZAP e esfregando placas com um monte de regras na cara do campista, de certa forma, parece que não somos bem vindos. Ou seja: estamos perdendo aquele espírito de liberdade que vamos atrás ao acampar.
Uma pena! Espero que nas próximas acampadas este sentimento não se confirme.
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