sábado, 27 de julho de 2013

MOTO - Viagem Serra do Rio do Rastro

          Ir para o Sul de moto no inverno já é meio loucura. Só não esperávamos sair de SP na semana mais fria do ano, onde as temperaturas à noite estavam na casa do 5 graus!

Roteiro plenejdo
DIÁRIO DE BORDO: DIA 1

          Bom, a viagem já estava marcada, ferias agendadas e malas prontas. Não tinha como desistir. Acordei 5:30 com garoa e um frio que deu vontade de voltar pra cama. 6:00 já estava em cima da moto indo pra casa do Adriano pois às 7:00 estava marcado de encontrar com meu pai em Bertioga.

          Descemos a Serra com uma serração forte e por isso acabamos nos atrasando um pouco e chegamos por volta das 7:15. Meu pai já estava pronto e seguimos até Praia Grande pra encontrar com o Goy que vinha de São Paulo. A partir dali a viagem começava de verdade. Abastecemos as motos e seguimos pelo litoral até pegarmos a Regis Bittencourt. O frio estava bravo e fizemos uma parada pra tomar um chá e nos aquecermos um pouco. Mal sabíamos que o pior estava por vir.

          Tinha planejado a próxima parada de abastecimento logo depois de Jacupiranga, mas o posto que indicava no Google simplesmente não existia. Tocamos em frente e a temperatura caiu tão rápido quanto o ponteiro do combustível. A serração misturada com chuva e temperaturas em torno de 8 graus judiavam. Juntando a preocupação da falta de combustível com as mãos congelando me fizeram pensar se não seria uma boa abortar o passeio. Mas onde estávamos a única opção seria voltar pra casa, o que também era péssino naquelas condições.

          Acabamos parando no primeiro restaurante que vimos e resolvemos almoçar pra ver se esquentava um pouco. No local o pessoal falou que tinha posto uns 5km pra frente. Como o ponteiro de combustível da Falcon já nem aparecia mais, fiquei na dúvida se daria. Quando abasteci o odômetro marcada mais de 320km rodados e tinha menos de meio litro no tanque! Ufa!

          Mas o frio ainda era um problema, pois com as luvas encharcadas não sentia mais as pontas dos dedos e isto começou a me preocupar de verdade. Logo à frente chegamos ao portal da Serra da Graciosa e a partir daí as coisas começaram a melhorar. Além de andarmos a uma velocidade mais baixa, conforme íamos descendo a serra a temperatura ia aumentando. Não que tivesse ficado quente, mas de 8 pra 15 graus quando se está andando de moto faz uma diferença enorme.

          Pegamos a estrada para Paranaguá e depois uma secundária que nos levou ao Ferry Boat para cruzarmos de Matinhos para Guaratuba, onde iriamos dormir. Chegamos ao hotel e o que todos queriam era um banho quente antes de qualquer coisa. Mas fica uma dica: pousadas de praia não têm chuveiros quentes e nem cobertores grossos! O jeito foi tomar um "banho de gato" e colocar todas as roupas secas que tínhamos, comemos uma pizza e fomos dormir exaustos e ainda gelados e torcendo pro dia seguinte ser um pouco melhor.

Todos reunidos em Praia Grande - SP
Primeira parada para o chá logo ao entrar na Regis Bittencourt

Serra da Graciosa - PR


Ferry Boat Matinhos - Guaratuba


DIÁRIO DE BORDO: DIA 2

          7:00 meu pai acorda todo mundo pra tomar café. Já tinha andado pela praia e disse que tava abrindo um Sol lindo. Nessa hora o Adriano pula da cama gritando: "eu já estou pronto" e quando tira o cobertor estava com a jaqueta e a calça de moto. Tinha passado frio no meio da noite e colocou tudo que tinha pra se esquentar... hahaha

          A partir deste dia não preciso mais falar do tempo, pois estava sempre com céu aberto e temperaturas em torno do 20 graus. O que era ótimo pra viajar. Saímos por volta da 8:30 com destino à Tubarão - SC. Mas antes faríamos uma parada em São José - SC para almoçar com nosso amigo Wanderley Redondo.

          Chegamos em Tubarão por volta da 5:30, pois pegamos um congestionamento monstro em Laguna por causa de uma ponte nova que estão fazendo na BR. Fomos direto para o hotel e o antigo amigo do meu pai veio nos receber. Grande recepção e o papo rolando solto! Tive que dar uma segurada nos dois pra gente poder entrar no hotel e tomar um banho. Depois iríamos jantar na casa dele e a conversa não teria hora pra acabar.

          Fomos recebido pelo José Carlos e pela Cristina como velhos amigos. Na verdade meu pai trabalhou muitos anos com ele mas fazia mais de 15 anos que não se viam. Conhecemos também o Bruno e a Lilian e ficamos num bom papo regado a cerveja e um maravilhoso risoto preparado pelo José Carlos. Acabamos saindo tarde da casa deles, mas contentes pelos "novos" amigos e principalmente pela recepção. Nunca me senti tão em casa tão longe dela!

Pousada Lua Nova
10º de manhã e muito úmido

Parada próximo à Joinville - SC
Almoço com nosso amigo Wanderley Redondo em São José - SC
Reencontro de velhos amigos...
... e fazendo novos!

DIÁRIO DE BORDO: DIA 3


          Grande momento tão esperado! Partimos para a Serra do Rio do Rastro! Lugar que todo motociclista tem vontade de conhecer. Não saímos muito cedo pra descansar um pouco e meu pai resolveu ir no carro com o pessoal, enquanto a gente era guiado pelo Bruno. Sorte dele, pois o dia foi cansativo de tanta coisa que tinha pra ver.

          Fizemos uma parada em Lauro Meuller pra tomar um café e partimos pra Serra. Paramos no primeiro mirante pra tirar umas fotos e depois também no segundo. Mas a vista mais bonita realmente é do mirante principal. Surpresa antes de chegar ao topo foi ver gelo na borda da pista. Naquela semana a Serra tinha sido fechada por três dias devido à neve.

          A Serra realmente encanta. A quantidade de curvas é algo absurdo! Mas a vista la de cima é espetacular! Ficamos um bom tempo lá tirando fotos e observando a paisagem. O céu estava tão claro que quase dava pra ver o mar. Sem dúvida é um roteiro que todo motociclista precisa conhecer!

          De lá seguimos para São Joaquim pra almoçarmos numa churrascaria. Comida muito boa com atendimento ótimo, mas a cidade deixou a desejar. Esperávamos uma cidade mais bonita com construções típicas das colônias, mas não teve nada de especial. De lá seguiríamos para Urubicí para descemos pela Serra do Corvo, mas já estava ficando tarde e não queríamos rodar no escuro. Tomamos o rumo de volta pra Tubarão e mais uma vez fomos jantar na casa dos nossos amigos. Desta vez regado à um bom vinho comprado em São Joaquim.

          De quebra acabei reencontrando uma amiga que não via à 24 anos: uma CB400 que o José Carlos tem desde aquela época. Quando eu tinha 14 anos eles ainda moravam aqui em São Paulo uma noite fomos na casa deles. Ele tinha acabado de comprar a moto e foi mostrar para meu pai. Do nada ele fala pra eu dar uma volta no estacionamento do condomínio e não tive dúvidas: montei e saí andando pela primeira vez uma moto grande. Meu pai ficou desesperado! E acho que ela lembrou de mim, pois o dono tentou ligar e não conseguiu. Dei apenas algumas pedaladas, já que ela estava parada  fazia algum meses, e ela pegou com aquele ronco macio que todo mundo conhece.

          Nos despedimos do pessoal e fomos pro hotel arrumar as coisas, pois no dia seguinte era hora de pegar a estrada de volta pra casa.

Saindo pra subir a Serra do Rio do Rastro
Parada pra um café em Lauro Mueller - SC
Quem sabe??
Vista da Serra
Inicio da Subida - Primeiro mirante








Parada no segundo mirante


Gelo!


Mirante principal no topo da Serra
SP66 na Serra!

Chegamos lá!

Vista do mirante principal

Matando a saudade


Portal de São Joaquim - SC




Churrascaria em São Joaquim
Portal de Bom Jardim da Serra




O reencontro 24 anos depois
DIÁRIO DE BORDO: DIA 4

          Neste dia saímos por volta das 8:30 e nosso destino era Curitiba - PR. Seguimos subindo pela BR apenas com as paradas pra abastecimento. Acabamos comendo uns salgados em uma das paradas e nem almoçamos. Viagem tranquila e chegamos ainda de dia em Curitiba. Pegamos um hotelzinho perto do centro e de noite fomos jantar no Madalosso, famoso restaurante de massas.

Parada pro chá

HAVAN
Última parada antes de Curitiba - PR

Jantar no Madalosso
DIÁRIO DE BORDO: DIA 5

          Último dia de viagem. E precisamos fazer um pit stop numa concessionária logo cedo pois a moto do Goy tava vazando óleo do cubo de roda traseiro. Por sorte o pessoal tinha a peça e trocaram rápido. Umas 10:00 estávamos saído de Curitiba. Tocamos direto sem almoçar parando somente pra abastecer e tomar um chá. 

          Chegamos em Praia Grande por volta das 17:30 pouco antes de escurecer. Paramos para o último chá e despedidas, já que o Goy iria subir a Imigrantes. Até aí não tinha caído a ficha, mas na hora que chegamos na alça de acesso e trocamos buzinas de despedida bateu uma tristeza de saber que a viagem estava acabando. Seguimos até Bertioga acompanhando meu pai e de lá o Adriano e eu subimos a Serra e chegamos em casa.

Gasolina e chá




Última parada para despedida em Praia Grande - SP
          Temos a tendência de dizer que a última viagem sempre foi a mais gostosa, mas como não dizer isto desta? Quando saímos de moto com um destino em mente imaginamos as belas paisagens, o prazer do vento no rosto, o companheirismo na estrada e a expectativa do que vamos encontrar ao chegarmos em nosso objetivo. Mas esta foi completamente diferente. 

          Nem passava pela nossa cabeça encontrarmos pessoas tão maravilhosas e sermos tão calorosamente recebidos. Passamos por lugares deslumbrantes e curtimos muito a estrada, mesmo no primeiro dia onde pegamos muito frio e chuva, mas o que mais marcou foi o acolhimento e a atenção que nossos amigos de SC fizeram para tornar nosso passeio melhor do que já estava.

          E que venham as próximas para nos surpreendermos cada vez mais, pois é isso que faz valer a pena!

2 comentários:

  1. Caramba! que diário legal, adorei John, retrato fiel deste passeio inesquecível com pessoas incríveis num lugar lindíssimo, parabéns

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  2. Muito legal, show de bola as fotos!...Em breve queremos fazer esse passeio tb.

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